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17° PRIMAVERA DE MUSEUS

“A memória é uma evocação do passado.

É a capacidade humana de reter e guardar

o tempo que se foi, salvando-o da perda total.”

Marilena Chauí



O tema Memórias e Democracia: pessoas LGBT+,

indígenas e quilombolas é a inspiração para a realização

das atividades da 17a Primavera dos Museus, oferecendo

oportunidades para refletirmos sobre a construção da

democracia de seus agentes.

A história da formação do Brasil, na tarefa de implementar

um regime efetivamente democrático e que, ao mesmo

tempo, fosse capaz de garantir e de criar direitos, é marcada

por crises e interrupções, como a que vivemos, no dia 8 de

janeiro de 2023, com a ameaça de golpe de Estado e os

ataques terroristas ao patrimônio histórico, cultural e à

dimensão política de nosso país.

É por reconhecer que a democracia se faz a muitas mãos,

que associamos o debate sobre a retomada da construção

da democracia com a participação de muitos dos seus

agentes ainda hoje invisibilizados ou marginalizados.

No contexto de um novo governo que promove a

reconstrução e união do Brasil, queremos estimular que os

museus, detentores e promotores da memória, da cultura, e

das artes, contribuam para o reconhecimento, a valorização

e o protagonismo das pessoas LGBT+, indígenas e

quilombolas na produção das suas próprias memórias.

Onde estão essas pessoas nos museus? Que acervos

representativos de suas culturas eles preservam? Como eles

são apresentados para a sociedade e como os museus

contribuem para seu reconhecimento e valorização? Quem

os museus ouvem quando tratam de pessoas LGBT+,

indígenas e quilombolas?

As memórias da comunidade LGBT+ são fundamentais para

compreender a luta por direitos civis, igualdade e respeito.

Ao longo da história, indivíduos LGBT+ têm enfrentado

discriminação, marginalização e perseguição em muitas

sociedades. Essas memórias coletivas abrangem

movimentos de protesto, manifestações, eventos

significativos, como as revoltas de Stonewall em 1969, e os

esforços contínuos para alcançar, por exemplo, a igualdade

no casamento, adoção e não discriminação.

A democracia desempenha um papel importante ao garantir

que os direitos das pessoas LGBT+ sejam protegidos e

respeitados. Por meio da participação política e do

envolvimento com instituições democráticas, a comunidade

LGBT+ pode lutar por mudanças sociais e legislativas que

reconheçam plenamente seus direitos e liberdades.

As memórias dos povos indígenas são essenciais para

preservar suas culturas, línguas e conhecimentos ancestrais.

Muitas comunidades indígenas enfrentaram séculos de

colonialismo, exploração e opressão que causaram a perda

de terras, a destruição de tradições e a negação de seus

direitos fundamentais.

A democracia efetiva para os povos indígenas implica o

respeito aos seus direitos de autodeterminação, consulta e

consentimento livre, prévio e informado sobre questões que

afetam suas terras e comunidades, em uma abordagem

inclusiva que valorize suas memórias e perspectivas.

As memórias das comunidades quilombolas são um

testemunho da resistência e resiliência ao longo do tempo.

Os quilombos surgiram como comunidades autônomas de

pessoas afrodescendentes que escaparam da escravidão e

lutaram por liberdade e dignidade.

Para as comunidades quilombolas, a democracia significa

reconhecimento oficial de suas terras e direitos, preservando

suas tradições culturais e garantindo o acesso a serviços

básicos, como educação e saúde. É essencial que suas vozes

sejam ouvidas nas decisões que afetam suas vidas e

territórios.

Instituto Brasileiro de Museus

2023

Realização

Museu Histórico de Jaboticabal - SP

Local

Amigos da Arte e Prefeitura Municipal de Jaboticabal

Apoio e Financiamento

REGISTROS DO PROJETOS

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